Interessou-me o livro por causa da mini série na HBO. Interessou-me porque a história está bem contada e não é propriamente óbvia, com muitas nuances, alterações subtis aos direitos e deveres. Mas o final da série parece ter sido feito à pressa e fiquei a pensar que ou não houve interesse ou ficaram sem dinheiro para terminar a série.
Quem leu o livro, disse que a série era bastante fiel à obra. Por isso sabia mais ou menos ao que ia. Mesmo assim foi algo desapontante.
The plot against America
A história passa-se nos anos 40 nos Estados Unidos, quando a Europa está em guerra e os Estados Unidos estão a debater a entrada ou não no conflito. Dois candidatos à presidência, Roosevelt contra Lindberg, o primeiro a favor da entrada na guerra o segundo totalmente oposto. O relato é contada pelos olhos de uma criança, mas é uma criança que ao relatar já é adulta. Que tem conhecimento do desenrolar de situações posteriores e que são reconhecidas após a idade adulta.
No fundo é uma espécie de história alternativa em que a America nunca chega a entrar na II Guerra Mundial e o avanço Nazi parece ser claro. E embora nunca exista um grande desenvolvimento sobre o conflito e as considerações políticas, só esse exercício torna a história bem interessante. O livro aborda o antisemitismo e a lenta dissolução da liberdade das comunidades judias americanas.
No final, quando o enredo prometia tanto, há uma pressa, falta de imaginação para terminar a história e talvez, o que mais me incomoda, é a espécie de desculpa das personagens, da mulher do Lindenbergh e do próprio Lindenbergh, por estarem a ser vítimas de chantagem. E todo o capítulo que explica a história ocorrer em catadupa, mesmo antes do capítulo final.
A história é bastante interessante, mas não acho que esteja bem executada. Há parágrafos que são longos demais, ideias que interrompem a narração e a formatação do texto não ajuda a compreensão da quebra da narrativa.