Há algum tempo atrás, um amigo, vendo o meu entusiasmo pelo novo Kindle, perguntou-me: Quais as vantagens do Kindle? Diz-me 3 razões que me possam convencer a comprar um.”
O texto que se segue foi adaptado da minha resposta, escrita inicialmente no Facebook.
Eu gosto de ler, gosto de comprar livros e facilmente compro um ou mais livros por mês. Gosto de ler vários géneros e leio, cada vez com mais frequência, livros em simultâneo. Ultimamente, tenho em paralelo um livro de ficção e outro de não-ficção.
Logo, isto significa que os livros não são só para estar bonitinhos na estante (embora tenha vários livros que ganharam raízes na prateleira). Não leio apenas na praia, ou na espera para uma consulta no médico. Um livro é um companheiro de viagem, seja em trabalho ou em lazer.
Leio frequentemente livros em inglês por serem substancialmente mais baratos que a versão traduzida em português. Compro a versão em paperback porque é também mais barata, leve e simplesmente por se encontrar disponível muito antes da edição portuguesa.
Por tudo isto, parece-me desnecessário responder à desconfiança que muita gente tem perante a ideia de e-books. Resta-me enumerar as 3 razões que justificam a minha preferência pelo Kindle:
#1 – A procura de livros específicos já não está sujeita a portes e a esperas intermináveis. Se estiver no Chiado ou na Serra da Estrela, desde que possua rede 3G posso aceder à loja Amazon e comprar o livro que desejo e aquele que nem sabia que desejava. As edições kindle não são universais, mas o número aumenta, sem exagero, de dia para dia.
As edições kindle ainda são caras, preço médio $10 USD, mas ficam mais baratas que o envio dos livros via correio e são mais rápidas – a transferência é imediata, os segundos ou minutos dependem da ligação 3G ou wireless. Se acidentalmente apagar o ficheiro do Kindle, posso voltar a descarregar o livro do site da Amazon.
#2 – Existem livros que andamos anos a namorar platonicamente. São livros que necessitam de um sério investimento pessoal. A série O Primeiro Homem de Roma de Colleen McCulough, é um desses livros – porque é uma saga de 6 livros gigantescos (cada um com quase 1000 páginas) e porque têm o absurdo preço de 30,00€. Neste momento, tenho os 6 volumes da saga no Kindle juntamente com outros tantos. O peso já não é uma condicionante.
A capacidade do Kindle permite levar para as férias uma “inesgotável” colecção de livros. Permite que se alterne entre literatura séria e leitura light. E a bateria aguenta um mês se o wireless ou o 3G não estiverem ligados.
#3 – Uma das críticas imediatas aos leitores de e-book é a confusão que se faz entre um computador ou uma Tablet e um ebook reader.
O Kindle (e outros, como o Sony reader) não tem luz interior: o ecran imita papel, não magoa os olhos. Posso estar sob o sol mais brilhante, na praia ou em casa, a leitura não é afectada com o excesso de luz. Aliás, quanto mais luz houver, melhor a definição.
Posso aumentar e diminuir o corpo de texto, coisa impossível de fazer num livro físico. E se precisar consultar o significado duma determinada palavra, o kindle traz um dicionário incorporado. Basta colocares o cursor sobre a palavra em questão e vejo rapidamente o significado. E talvez a melhor função, porque se equipara aquilo que posso fazer no papel, é a possibilidade de sublinhar e fazer anotações.
Existem ainda muitas situações que precisam de esclarecimento e de discussão. A questão dos direitos de autor e da facilidade de transmissão de ficheiros são duas a merecer alguma atenção. Mas no ano em que as vendas digitais ultrapassaram a venda de livros físicos, penso que as reticências que alguns demonstram já não fazem muito sentido.